A Importância do Sono na Saúde do Adolescente – e como os horários escolares podem transformar o aprendizado
A adolescência é marcada por mudanças biológicas profundas — físicas, emocionais e cognitivas. Uma das menos percebidas pelas famílias, mas mais estudadas pelos cientistas, é a alteração no relógio biológico.
Durante a puberdade, os adolescentes passam a adormecer mais tarde e a precisar acordar mais tarde pela manhã, fenômeno chamado de “atraso de fase”.
“A culpa não é só do celular ou dos joguinhos online: o ciclo circadiano é alterado na puberdade devido ao crescimento e amadurecimento do corpo.” (Veja Saúde)
O problema surge porque a maioria das escolas brasileiras inicia as aulas entre 7h e 7h30 da manhã — um horário totalmente incompatível com essa necessidade biológica.
Quanto os adolescentes deveriam dormir?
A American Academy of Sleep Medicine e a Associação Brasileira do Sono (ABS) recomendam entre 8 e 10 horas de sono por noite para adolescentes de 14 a 17 anos. Na prática, porém, a média brasileira é de apenas 6,8 horas por noite em dias de semana (ABS, 2018).
Nos Estados Unidos, a privação de sono crônica entre adolescentes do ensino médio aumentou de 69% em 2009 para 77% em 2021 (CDC). Isso mostra que estamos diante de um problema global de saúde pública.
As consequências da falta de sono
A privação crônica de sono afeta múltiplas dimensões:
- Saúde física: maior risco de obesidade, diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares e até acidentes de trânsito. (Bakour et al., 2020; Teenagers: sleep patterns and school performance)
- Saúde mental: aumento de sintomas de ansiedade, depressão, irritabilidade e até ideação suicida. (School Start Times, Sleep, Behavioral, Health, and Academic Outcomes: a Review of the Literature)
- Desempenho acadêmico: queda na atenção, memória e criatividade, além de mais atrasos e faltas. (Delayed School Start Times and Adolescent Sleep: A Systematic Review)
Ou seja: sono ruim significa aprendizado prejudicado.
O que acontece quando as aulas começam mais tarde
Pesquisas no mundo todo mostram que atrasar o início das aulas melhora significativamente a vida dos adolescentes.
- Mais sono: atrasos de 30 a 60 minutos aumentam em média entre 25 e 77 minutos de sono por noite. (UW News, 2018)
- Melhor humor: redução de cansaço, irritabilidade e sintomas de depressão. (Terra; Veja Saúde)
- Mais desempenho: notas até 4,5% mais altas e menos atrasos. (UW News, 2018)
- Menos acidentes: queda de até 16,5% nos acidentes de trânsito entre jovens motoristas. (Danner & Philips, 2008)
No Brasil, uma experiência em Palotina (PR), com início das aulas atrasado em 1 hora, já mostrou melhora em índices de saúde e desempenho escolar (Jornal da USP).
E no Brasil?
A Academia Americana de Pediatria e o CDC recomendam que as aulas não comecem antes das 8h30 para adolescentes. Porém, aqui, isso esbarra em questões culturais e logísticas: o horário de trabalho dos pais, trânsito em cidades como São Paulo, o transporte escolar e as atividades extracurriculares dificultam mudanças radicais.
Mas há uma solução simples: o turno da tarde.
Estudar à tarde respeita o ciclo natural de sono dos adolescentes, permitindo que acordem mais tarde, estejam mais descansados e cheguem à escola com maior energia e concentração.
Conclusão
A ciência é clara: respeitar o sono do adolescente é respeitar sua saúde, seu bem-estar e seu futuro. Ajustar os horários escolares — ou oferecer o turno da tarde — é um caminho concreto para combater a crise silenciosa da privação de sono juvenil.
E aqui entra a Luminova
Na Escola Luminova Interlagos, oferecemos turmas do 1º ano do ensino fundamental ao ensino médio no período da tarde. Assim, nossos alunos desfrutam dos benefícios de começar o dia com mais energia, mais foco e mais disposição para aprender.
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Porque cuidar do sono dos nossos jovens é cuidar do futuro deles.
Rafael Braganholi
Diretor Luminova